terça-feira, maio 24, 2005

de madrugada, ouvindo rádio junto com a insônia, me ocorreu essa pérola...

"rapaz, me respeita! Sou da geração que não consegue ouvir Coração de Estudante, do Bituca, sem associar à imagem do Tancredo...!"

hasta.

quarta-feira, maio 18, 2005

é.... meio sem tempo

domingo, maio 08, 2005

...sozinho no tabuleiro


Pela primeira vez não nos reunimos no dia das mães, a data não é tão importante assim, aé porque eu não me ligo a datas (como meus amigos já bem o sabem) mas o que me incomoda é a impossilbidade de, pela primeira vez, não dispor da presença de Dona Solange aqui do meu lado. Ano passado, estávamos almoçando todos reunidos na Casa d´Italia, como de costume, quando ela me perguntou: “Matheus, tu vai pro downtown hoje?” e eu: claro , mainha, hoje é domingo”.... e ela: “josias toca? Eu vou contigo!!”... vale salientar que Josias é o baixista do Papaninfa, servir comigo e com meu irmão no cpor e minha conhece todos os nossos amigos dessa época... bom, pra quem ficou curioso em saber como terminou esse domingo: ela tomou umas 3 long neck de Antarctica Cristal e esqueceu dos planos pra noite, foi dormir com Seu Diógenes, como aliás vem fazendo nesses últimos 31 anos.
Não, não estou carente de mãe... minha mãe é presença forte na minha vida mesmo estando a mais de 1000km do seu primogênito, é carência de afeto mesmo que bate neste cidadão neste exato momento. Morar longe é FODA (em latu censu, please).

Bom, Joka postou com meu nome iniciando o texto, Beta e Naty ganharam beijo meu ao vivo direto da MIRANTE FM daqui de São Lulinha, Lala tá de namorado novo, Thais ta batendo papo feito gente grande no telefone e eu não vou fazer um post como o de Juciete porque eu sempre cago e esqueço alguém... só sei que tatinha tá se organizando pra me receber lá em Brasília (nunca fui lá no aviazão de bsb), marina nunca mais deu as caras, acho que hibernou no sono do esquecimento essencial para as partes interessadas; Humberto e Mariana por sua vez falam comigo sempre; Túlio trabalhando. Painho se recuperando da cirurgia irrecuperável (principalmente com a ausência dos filhos).

Faço, aqui, um adendo ao Cláudio (ex-de Lala) e à sua queridíssima mãe dona Creuza, falecida há uma semana, abatida por um câncer que nos pegou de surpresa. Mulher amável, impressionante e carismática. Inteligentíssima, dona Creuza, ao ir rachar o apartamento dela (junto com cláudio enquanto seus pais passavam uma temporada nos EUA) aprendi bastante, mesmo com a sua ausência... e acho que foi por conta da sua ausência que tive a liberdade de desbravar a sua vastíssima biblioteca. Meu pai tem uma centena de títulos em casa também mas são todos (99% ao menos) de obras espíritas. Dona Creuza não, ela tinha de tudo... devo a ela conhecer toda a obra de: Lygia Fagundes Telles, Gabriel Garcia Márquez, Dostoievisck (sei não como se escreve essa bosta), Tostoi e tantos outros que borbulhavam ali nas paredes do corredor do seu apartamento na Rua Abelardo... quem foi beber ali comigo (e não foram poucos) puderam não só ver a biblioteca da qual eu falo mas também ouvir o som das teclas no piano ancestral que ela tinha (sim, além de letrada, leitora, tradutora....também pianista) . Adorava o som daquele piano, foi o encontro que tive mais emocionante depois de tantos anos sem tocar um piano...(mais de 10 anos , com certeza) me emocionei ao entrar no apartamento pela primeira vez e me deparar com um móvel clássico americano, afinei 15 dias depois e passava ali a maior parte do meu dia quando não batendo papo com Seu Almeida (seu João) ou Almeidinha (cláudio)...bom... há uma semana eu fiquei sabendo por Lala que dona Creuza havia partido, não resistiu ao solavanco mortal de um CA, essa praga que é mais cruel que a AIDS e mais rápida que um atropelamento. Chorei...chorei como se houvesse partido um parente próximo e foi na dor que percebi que todas as pessoas com as quais aprendemos algo há mais troca do que conseguimos captar... aprendi muito com dona Creuza, batíamos papo sempre que ela ia lá pra casa...e ainda encho os olhos de lagrima ao olhar o livro que ela me deu de presente após eu voltar pra BV e depois pra casa dos meus pais... quando sai do seu apê eu “roubei” A Odisséia.... nunca consegui ler... e ela , no meu aniversario do ano passado, me presentou com Os Dublineses..e disse : “Matheus, que esse livro sirva de alicerce do seu caminho que o levará à Odisseia” .
Dublinenses também é de James Joice...e eu também ainda não consegui ler... acho que mantendo-o fechado eu mantenho comigo ainda as palavras e o sorriso bondoso da dona Creuza com quem eu tanto aprendi indiretamente sob o seu exemplo de vida... vou parar por aqui que o peito arfa... talvez cláudio me perdoe por eu não estar presente no enterro da sua mama, desculpe meu amigo eu só fui informado no dia seguinte... e chorei, chorei muito no escritório ao receber a noticia... fui pra casa desolado sem saber se eu já me preparei pra morte dos meus pais.
Acho que não... e é por isso que eu choro agora. Em frente a uma tela fria. Longe da minha mãe, uma guerreira. Longe do mau pai, o meu exemplo de ser humano. Longe dos meus irmão que eu tanto amo e nunca soube dizer como.
Beijo a todos e abracem suas mães por mim.

Hasta.

...e o jogo segue.