terça-feira, junho 26, 2007

tergiversações joaquinianas I

olhar de joaquim interpretado por um pai babão.


- sim, lá vem esse cara me enchendo com essa luz piscando nos meus olhos... vai procurar uma lavagem de roupa, matheus e me deixa descansar aqui. Aproveita e vai trocar essa tua camisa que tá azeda fedendo da última gofada que eu dei há 10min. Não cansa minha beleza, não rapaz! Aliás, de quem foi a idéia de me vestir com essa porra desse saco laranja? Quando tiver 12anos quero ter uma conversinha com vocês, deixe quieto. Vai ali e aumenta a ar-condicionado que eu tô com calor. E sim, essa chupeta é tudo de bom, deixa ela por aqui... olha é bom já se preparar que eu to todo mijado aqui, daqui a pouco eu começo a chorar pra trocar a frauda, aproveita e já deixa o leitinho pronto na mamadeira quentinha que eu emendo um choro no outro e só paro quando estiver babando de sono balaçando na rede então acho bom vocês se decidirem quem vai me por pra arrotar logo blá, blá, blá, blá...


como diria a turma lá da rua: "entra, pra cair o cabelo da testa!!"

hasta.
(devidamente autorizado por ele mesmo, vou expor aqui na sequência algumas divagações do pequeno joaquim prazin, o orelhudo mirim).

em tempo: 2 meses e 22 dias.

sábado, junho 23, 2007

vinte e três

Eu tentei
procurei me concentrar algo que eu ainda não tivesse dito, mas não encontrei. Todo dia 23 de junho é a mesma coisa e não há nada mais para ser dito nem feito sobre ele. Só me ocupo em enxugar as lágrimas que sempre provoco em mim mesmo ao reler o texto abaixo e, mais do que apenas recordar, sentir-me voltar no tempo e local.

O texto foi escrito na minha mesa de escritório, ainda na época da Oi, em São Luis, junho de 2005, no meio do expediente. Coisas que brotam de dentro da gente e não tem como parar.


Portanto... há 2 anos:


...a fogueira tá queimaaaaaando em homenagem a São João...

eu juro que não queria demorar tanto.
não foi de propósito.

exatos 30 dias...


Tô empertigado com essa mudança de ares... tchururu ru rúúúúúú´(é, o telefone do escritório é chique e não faz TRIIIIIIIMMMMMM nem TNHE NHE NHEEEEEEE, não. Faz é tchururururuúúúúúú!!!)

frescuras à parte... do outro lado da linha minha mãe dizia - oi, meu filho!!

e começou aquele blábláblá que os que conhecem Tia Sossó sabem bem... até que - pera lá mainha, eu preciso voltar pro trabalho... e ela - meu filho, trabalhando hoje?!!!

pow.. eu trabalho não só hoje como amanha... qual foi? hoje é quinta pow!!!

Foi ai que deu o estalo - HOJE(ontem) É 23 DE JUNHO...!!!

Não percebi porque aqui em São Luis as pessoas comemoram no dia 28 (o feriado é no dia 29) na verdade eles festejam São Pedro, mas insistem em chamar de São João..enfim... a festa aqui é linda, o boi é joia... o boi pintado e o de nina Rodrigues são melhores ainda (eheheh)... o tambor de crioula é divertido e instigante...mas São João pra mim é o que eu trago aqui na lembrança...

Caraca, a data mais divertida e mágica do ano. Eu fiquei parado, lembrando de quando acordava no dia 23 de junho, sentia um comichãozinho na barriga (que na época não parecia em nada com esse bucho nojento que hoje carrego), saia correndo com meu irmão pra pegar os traques e começar a zoada na rua... daqui a um pouco juntavam-se a nós Juan, Jr Gordo, Tiago Testinha e aquela meninada boa que era a minha turma lá da rua.
Depois de muitos traques-de-massa, peidos-de-véia, bichas-de-rodeio e cobrinhas íamos ajudar mainha a descascar e moer o milho verde pru mó de fazê o caldo grosso e perfumado, matéria prima para o pé-de-moleque, canjica, pamonha, bolo souza leão (hummmmmm saudade desse gosto) ouvindo o véio Lua pedindo ovo de cordona pra comer.

A tardinha começava a cair, as muriçocas (sim, muitas, tempo de chuva no Recife é assim mesmo) avisavam que estava na hora de suar...montar a fogueira de tio Dija. Painho todo ano inventava uma tecnologia diferente pra armar a sua poderosa fogueira, a fogueiro do "seu" Prazin. A competição era acirrada, qual a maior? 1) a fogueira lá de casa, montada sob parâmetros da Nasa (abrir um buraco no chão com o cavador, meu pai media o diâmetro e o comprimento das toras e as distribuia de modo que as toras maiores ficassem embaixo pra sustentar o peso, logo depois malha fina de galhos mais mirradinhos e secos, seguidos de uma enorme sequência de toras medianas e tronxas que eu e tulio passavamos a tarde toda tentando encaixar em conformidade geométrica. Quase um tétris. Por último galhos bem fininhos. Tudo isso protegidos por 4 fortes toras de madeira roliça, madeira boa e pura que meu pai ia pessoalmente até a lá na madereira da curva de Barra de Jangada escolher a dedo valendo-se de altura, retidão e pureza...por fim um arame abraçando tudo pra que a queima fosse uniforme. Pra fechar com chave de ouro lá vinha "seu" Zé com suas tranças de palha de coqueiro pru mó de ornamentar aquela obra de arte.2) ou a fogueira de tio Perez (pai de Juan) montada por "seu" Biu, simples assim, mas igualmente gigante...cada uma com seus mais de 2m. Lindo de se ver.

Banho, roupinha de matuto, bigode desenhado com rolha de cortiça queimada, caixinha de fósforo prendendo o lenço vermelho ao redor do pescoço, chapéu de palha, caixinha de fogos no bolso.. correr pra jogar bolinhas de jornal embebidos de querosene (sinto ainda o cheiro do querosene queimando e ouço o barulhinho da lenha ainda verde chiando e soltando uma espuminha perfumada) e curtir o gostinho do calor da fogueria de "seu" Prazin nas frias noites juninas recifenses.

De repente começa a chegar a meninada, e a vizinhança, e os primos, muitos primos, amigos e amigos de amigos...e casa está cheia... Luiz Gonzaga no som com o indefectível hino junino: São João na Roça, o título desse post...(impossível um pernambucano ouvir isso e não sentir um calafrio) e tome quadrilha...cheirinho de comida de milho, zoada de menino soltando fogos... forró, muito forró. Tia Sossó (ou dona solange, ou mainha.. como queiram) aparece toda serelepe com sua roupinha de matuta e as douradas tranças falsa presas ao chapéu....eheheh é são joão de novo na adélia cabus... festa assim , aqui na minha alma.

..no outro dia, acordar cedinho pra ver qual fogueira durou mais... qual fogueira ainda sopra uma linha de fumaça depois da chuvinha que sempre caia do finzinho de madrugada pra avisar a todo mundo que o arraial precisa parar... mas não dentro da gente... acender as ultimas bombinhas na braza resistente da insistente e ainda imponente fogueira de "seu" Prazin.

...é festa em recife, é festa na adélia cabús.. é a minha turma lá da rua...
é festa sim
sem fim
assim
no meu coração.

Bom São João a todos.


Bom mesmo.
Hasta.

sexta-feira, junho 15, 2007

em tempo 1:

parabéns à TV Cultura (Organizações Padre Anchieta) pela eleição de Paulo Markun como presidente da mesma para o próximo triênio.

O exemplo de TV pública no Brasil continua em boas mãos.

TV Cultura e CBN. As únicas ilhas de sensatez no jornalismo nacional. (sei que alguns dirão: matheus, a CBN faz parte das Organizações Globo.. mas enfim, escutem e vejam que a CBN tem uma independência que assusta. O Heródito Barbeiro, por exemplo, é âncora em um dos seus programas... bom, se o Heródoto assina embaixo, quem sou eu pra discordar?)

Observatório de Impresa
Roda Viva
Jornal da Cultura
Metrópolis
Castelo Rá-Tim-Bum

Só alguns exemplos dentre outros tantos bons programas da Cultura.

A Cultura fez (e ainda faz) parte da vida de um monte de amigos. Eu, meu irmão e nosso pai costumávamos dedicar uma fatia da noite do nosso domingo para assistir o saudoso Cartão Verde (CV). O CV foi, durante muito tempo, a melhor mesa redonda de debate futebolístico da tv tupiniquim. Composta por Flávio Prado no comando, José Trajano antes de partir para a feliz epopéia de criar e abraçar a direção geral da ESPN Brasil (em 1995) e o mestre Armando Nogueira (antes de se entregar aos encantos da vênus platinada e dividir o mesmo ambiente com seres como Galvão Bueno, Cleber Machado, Renato Mauricio Prado e Arnaldo César Coelho...

Bom, o CV acabou, hoje o Flavio está comandando uma mesa redonda que mais parece um ringue de luta na TV Gazeta, o Armando eu já disse onde foi parar e o Trajano é o único que mantém a minha audiência. Não perco um Linha de Passe Mesa Redonda na ESPN Brasil toda segunda 21h. (não, não me deram nenhum centavo para escrever esse post, é de coração. Juro!)



Enfim, é isso ai.

Hasta.

Em tempo 2: tava vendo tv e me deparo com um comercial que me remete a uma dúvida antiga: quem é esse infeliz desse Eduardo S. Rangel que aparece como titular em TODOS as propagandas de cartão de crédito?

Hasta 2.

quinta-feira, junho 14, 2007

nulidades…

Tudo bem que o ufanismo, em certa medida, nos acalenta o coração diante de alguns gritantes escândalos que permeiam a sociedade brasileira desde os tempos do império. Pero, como diria um amigo meu quando interpelado se ele iria usar sunga de banho no churrasco: “o homem tem que ter noção da marmota que é.”

Pois bem, como sabem os senhores, o Brasil está concorrendo com alguns outros paises por uma brechinha nas 7 Maravilhas (já são pra mais de 8, creio eu) do Mundo. Bom, até teríamos chance se alguns dos candidatos não fossem tão fuderosos. Segue a lista:

a) Palácios de Allambra (Espanha)

b) Muralha da China (é lá na China mesmo)

c) Machu pichu (Peru)

d) Taj Mahal (Índia, eu acho)

e) Rapanui (aquelas cabecinhas da Ilha de Páscoa – de onde veio a água da Bavaria Premium, sacou?)

e....

f) Cristo Redentor (Ilha de Santa Cruz)

obs.: “ f “ de: mai né phoda?!!!


hasta.

domingo, junho 03, 2007

Em terra de cego quem tem um olho é Neo


Senhores, assisti Matrix I e II dia desses (pela enésima vez, é bom lembrar) e lendo alguns livros de filosofia e um sobre o próprio filme Matrix, me peguei perdido em devaneios sobre o papo do mito da caverna, mundo das reminiscências, Platão, Aristóteles, Descartes, etc... misturando até onde o mundo dos sonhos, controlado pela mente, interfere no mundo real e vice-versa. As suas características, sobre seus estados ontológicos, compensações e esquemas metafísicos dualísticos foi quando, antes que a cabeça entrasse em parafuso, ocorreu-me certa dúvida acerca de aspectos seríssimos notados no filme, quais sejam:

a) Numa cena qualquer em Matrix Neo fala com Dozer:

Pouco antes de se fuder e tomar chumbo na caixa dos peito, encurralado num corredor marrom e feioso dentro de um prédio velho e ressuscitar com beijo de Trinity láááá no mundo real e ver a vida através de letrinhas verdes caindo, Neo se comunica com Dozer:

- Dozer, preciso sair daqui. Me tira daqui ! Onde é a próxima saída?
- Neo, há um telefone na quinta com a quarta (sic!)...

...e aí ele sai estabanado, correndo desesperado com (observem) um CELULAR na mão.

Ué! se Neo já estava falando com o Dozer pelo telefone porque diabos ele queria saber onde tinha outro telefone?

Ah... sair da Matrix por ligação móvel não vale... Ok.


b) Alguém ai sabe qualé o DDD, DDI ou DDMR (dicagem direto pro mundo real) que Neo faz pra falar com os navegadores da Nabucodonosor que tão lá na puta que o pariu do fim do mundo num esgoto onde, provavelmente, não pegaria sinal nenhum?.

c) a contra-partida é a mesma: qual a operadora que o povo da Nabucodonor é assinante para originar chamadas da vida real pra dentro da Matrix?

d) Se Morpheus está no mundo real então ele não existe na matrix, se não esta na matrix ele não tem comprovante de endereço, se não tem comprovante de endereço o chip dele certamente é pré-pago. Uma ligação de 084 pra 084 custa uns R$ 0,10. Ligação de 084 pra 021 custa algo em torno de R$ 1,10. Agora me digam: uma ligação da Matrix pro quintos dos inferno quanto custa?

d) já imaginou Tank desesperado tentando livrar Trinity de um tiroteio fudido e a única coisa que se ouve do outro lado da linha é : “não foi possível completar a ligação...”


quanta merda junta... HASTA !!