domingo, fevereiro 25, 2007

obnubilação
[Do lat. tard. obnubilatione.]
Substantivo feminino.
1.Med. Perturbação da consciência, caracterizada por obscurecimento e lentidão do pensamento.



continua...

sábado, fevereiro 24, 2007

cúma?

...e por assim andar sempre de engelhado e rígido cenho,
que em demasia instar com um sorriso crasso venho
escusas infindáveis e solertes que não obstam o carinho
para ainda assim findar, ainda que com certa disfarçatez, um amor por ti terrenho.
mp

hasta.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

sonoro e luminoso

gostaria aqui, meus amigos, de externar com toda a minha energia, com toda minha força, originando lá dos mais profundos recônditos de minh'alma um sonoro e luminoso VAI TOMAR NO OLHO DO TEU CU! pra todo mundo e pra ninguém, ao mesmo tempo.

Não se sintam ofendidos. Isso foi impessoal e completamente transferivél uma vez que não tinha um alvo certo. É pra todo mundo mesmo. E ao mesmo tempo pra nenhum de vocês.

É que as vezes a vida arreta, viu? As vezes junta tudo de uma vez só e eu não tenho saco pra aguentar todas as atitudes, palavras, situações, interpretações, conceitos e tudo o mais que ora em minha frente se multiplicam. Vai te fuder, porraaaaaaa!!!!

Eu sou bastante observador e, por conta disso, ponderador demais. Contemplador e analista. Pragmático por natureza e questionador por necessidade.

Por vezes assisto tudo como se de camarote estivesse. E quando sou o objetivo da ocorrência sigo como se comigo não fosse. Isso me ajuda a analisar com mais imparcialidade, frieza. Claro que eu não consigo. Mas tô me esforçando.

Então sigo mandando o mundo todo pra puta que o pariu. Mas é só até amanhã, depois passa. Como tudo.

hasta.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

que há?

Quando eu não escrevo, nada acontece.
Quando eu volto, nada ocorre.
Mesmo assim eu vou continuar insistindo.

Digo uma coisa: tô gostando muito dessa história de faculdade aos 31.

domingo, fevereiro 04, 2007

sobre amenidades e nada mais

Sempre achei muito hipnótico, nos filmes que assistia quando pequeno, quando o mocinho (nem sempre as vezes o mocinho), numa sala em tom sépia, livros enchendo as prateleiras das paredes, uma mesa cheia de papéis desarrumados, máquina de escrever (apesar de achar mais cool uma máquina de datilografar não largaria o meu laptop por nenhuma delas), cabelo desarrumado (podia ser a roupa desarrumada que, aliás, se adequa mais a minha situação uma vez que eu sempre faço uso de máquina um) e um, invariavelmente companheiro das noites de solidão, cinzeiro lotado de piúba (oi góia, bituca, etc) desenvolvia algum texto.

Não saberia ao certo citar nomes de filmes como exemplo do que eu acabo de escrever no parágrafo acima, porém creio que todos têm uma lembrança bem nítida do que eu tentei comentar.

Quando morava em Recife, na casa dos meus pais. Tinha, no meu quarto, o cinzeiro ao lado do monitor (que acabou manchando o monitor com o calor do cigarro) mas o quarto era arrumadinho então não funcionava 100%, além do que eu não morava sozinho ainda então não tinha essa doce solidão que me enche de uma melancolia inspiradora. Quando morei em Fortaleza tinha o mau laptop numa mesinha ao lado da cama, mas a mesa era daquelas de plástico e quarto muito branco e iluminado. Não rolava clima deprê. Em Recife (retornando ao começo do parágrafo) a minha mesa era de madeira, bem ao estilo que eu admirava, mas mesmo assim não tinha tantos livros nas paredes. Em São Luis eu bem que tentei, mas os livros estavam encaixotados ainda, tinha o desktop (ainda tenho meu desktop, é o mesmo que eu manchei com o calor dos cigarros de Recife e que, semana que vem, estará de volta aqui na minha nova casa) sobre a mesa (como eu morava sozinha não fazia questão de mesa na sala, coloquei ela no quarto pra servir de mesa de computador) um cinzeiro sempre podre como manda o figurino (cinzeiro este que na verdade era um recolhedor de cinzas de incenso. É, não sei o nome daquela porra).

Bom, onde eu quero chegar? Eu estou morando sozinho de novo aqui em Natal. Coisa que eu não conseguia há mais de 1 ano desde que fui pra Fortaleza. O meu apartamento é tão pequeno, mas tão pequeno que se eu tivesse mais um sobrenome eu teria que dormir no corredor. É tão pequeno que eu cago me sentindo na sala e durmo com o pé na cozinha. Basta esticar a mão, ainda deitado na cama, pra pegar a garrafa d’água que fica estrategicamente na porta da geladeira. É tão pequeno que se eu escrever mais um pouco este texto teria que ficar pro próximo mês, não caberia no condomínio.

Mas, justamente por ser pequeno, ele dá uma sensação de aconchego e conforto impressionante. Eu não curto apartamentos pequenos, quem teve o prazer de conhecer o 102 da Rua Abelardo, ou o 202 bloco B da Rua Tibiri ou o 102 da Rua Marcos Macedo sabe que meus apartamentos sempre tiveram uma área bastante agradável (principalmente o de São Luis onde eu morava sozinho num apartamento de 3 quartos). Hoje eu moro num apartamento de ½ quarto, ¼ de sala e um corredor que chamo de cozinha conjugado com o banheiro que é quase tão pequeno quanto o sofá. Ou seja, minúsculo.

Excluí da lista acima o 1401 pois além de ser um marco na história de BV, 1401 era igualmente pequeno. Mas sobre o 1401 cabe um post inteiro.

Porém, estou aqui. Sentado no sofá, com o laptop na mesinha de centro, tv de 29” passando algum programa onde um caba tenta me vender algo (já li isso em algum canto...) que não sei exatamente o que é, só sei que deve ser fantástico. No canto esquerdo de quem senta no sofá há uma dessas mesas de apoio, com pernas de madeira (ou algo que a imite) com duas laminas de vidro separadas por algo em torno de 2 palmos onde eu costumo colocar garrafas de vinho, copos e taças de vidro e mais um cem número dessa quinquilharias de ornamentar sala que achamos legais, gastamos dinheiro e não sabemos pra que servem. Em frente há o rack simples, e por isso mesmo muito bacana, de madeira (ou do mesmo material da mesinha anteriormente citada) com prateleiras com alguns dvd’s, a geniosa TV estéreo, um receiver, lembranças de Machu Picchu e Cusco ladeado por caixas de som do home theater desligado. Á direita está a mesa, sem as cadeiras que ainda estão no escritório por simplesmente não caberem aqui no apartamento sem que seja necessária uma reconfiguração do seu layout. Caixas e mais caixas e mais caixas de memórias, lembranças, historias, momentos, lugares, pessoas...

Desligo a luz da sala juntamente com a TV. Acendo a luminária que comprei ontem. Baixo o pescoço articulado. Peço pra Etta James cantar pra mim no winamp. Acendo um cigarro. E me sinto num filme desses que me encantavam quando guri. Se a gente alimenta sonhos e, se cada um (e todos eles) desses sonhos são válidos e nobres, um dos meus era, um dia, poder fazer isso o que eu faço agora:

- escrever pra me livrar dos monstros
- escrever pra quem me quer ler
- manter um cigarro eternamente preso no canto da boca enquanto penso no que digito
- ver as letrinhas aparecendo organizadas no texto
- ter a certeza de que estou caminhando uma senda legal na minha vida
- sem inimigos
- longe dos amigos (esse quê de deprê sempre me atraiu) mas a certeza de ser querido pelos que tenho

SO FALTOU A PORRA DA CHUVAAAAA!!!!!! Seria perfeito.

Naty, me ajuda, eu preciso escrever um livro.

Obs1.: mudei de canal e assisto agora entrevista com Fernando Moraes na TV Câmara.

Obs2.: mudei o som, agora é Walk a Mile (Holly Golightly) – mais Rob Gordon impossível. Rob Gordon, meu alter ego.

vou dormir que já está amanhecendo e isso é extremamente broxante pra quem está querendo escrever...

pessoas começam a rezar na TV. Em vários canais, aliás.

Vou ligar na DW-TV para ver se o som do idioma sacal alemão me dá sono.

Hasta.