terça-feira, fevereiro 12, 2008

da série:

MATHEUS EPISTOLAR II

Aninha,

O amor, como ciência inexata, não requer lógica.
Não tem explicação racional que ponha na cabeça do cidadão que a decisão dela (de terminar o namoro e ficar com outros) foi baseada em argumentos sólidos, acertados. Assim como também há inúmeras histórias onde homens e mulheres topam namorar com pessoas que não valem um centavo e não há conversa de melhor amigo nem comoção familiar que o (a) faça mudar de pensamento.
O amor não pensa.

Diga à Sandy Camargo (facilita, né?) que depende do rapaz:

a) Se ele realmente a ama. Ela senta o caba num banquinho e conta DETALHADAMENTE e com calma, tudo o que lhe ocorreu e em quais situações isso se deu para que ela decidisse terminar com ele na época e passa o resto da semana rezando pra que ele ainda a ame realmente porque, como não há lógica pro amor, é capaz dele aceitá-la deixando-se enganar aceitando os argumentos apresentados.

b) Se ele é um rancoroso magoado. Ela deve saber que as pessoas mudam, as situações mudam, o tempo muda, o sentimento muda. E uma oportunidade passada é água que não volta mais. Uma história nunca se repete. Nem os personagens são os mesmos porque o tempo passa e nos tornamos diferentes a cada dia. Um coração maltratado, ferido é pior que um coração raivoso. A raiva cega, mas se dissipa e, com o tempo, se anula. A mágoa envenena e petrifica. Ser magoado por aqueles que amamos e julgávamos nos amar é mais doloroso que a raiva advinda de um mal cometido por estranhos. A mágoa é filha da traição. É eterna para corações rancorosos. Mande ela esquecer esse imediatamente ainda que sangre por 7 dias e 7 noites.

c) Ele pode gostar dela ainda, mas um coração desconfiado é imutável. É aquela velha historia: confiança é muro que se constrói – tijolo por tijolo – durante anos, mas se destrói em segundos. Coração desconfiado é bicho indócil. Coração quando é morada da duvida não suporta nem o seu dono. Dói. Mande ela esquecer esse se não quiser ter a historia passada na cara sempre que for conveniente para ele.

O problema não é ele acreditar mais nela.
A bronca é ele gostar dela como gostava antes.
Nada está no mesmo lugar.

É necessário que ela compreenda que as coisas mudaram e não poderão ser como antes. Ou começa do zero (como se isso fosse possível pra corações humanos) ou deixa pra lá. Como eu não acredito muito em lavagem cerebral espontânea acho pouquíssimo provável que essa situação se reverta e ela consiga viver, enfim, o sonho encantado que ela mesma interrompeu.

Se ela tinha razão pra interromper então que siga em frente a sua caminhada. Se voltou atrás e se arrependeu (e que fique claro que ninguém é obrigado aceitar o outro de volta só porque este se arrependeu - arrependimento é sinal de grandeza, humildade, crescimento porém, jamais é salvo-conduto para ser aceito de volta) está na hora dela aprender que a vida não é uma sequência de ocorrências e sim uma acúmulo de decisões. As nossas decisões são as únicas coisas pelas quais somos INTEIRAMENTE responsáveis e são elas que nos guiam, na verdade, as nossas decisões mostram quem somos.

Os pensamentos que foram surgindo durante a confecção desse texto me deixaram atordoado. A sorte de vocês é que eu não sou bom com as palavras como gostaria e portanto não consigo transportar em letras o que me ocorre no juizo.

Não sei mais o que dizer sobre isso.
hasta.

Jabotão dos Guararapes, 11 de Fevereiro de 2008.
divagações sobre quase nada

fato:
CORAÇÃO



conclusão:
faço minhas as palavras de chico anysio em entrevista ao jo soares: "pra que esse negocio de malhar, se cansar, ficar estafado? prefiro ser como uma tartaruga que com o seu passinho lento vive mais de 100 anos. A baleia passa a vida nadando e é gorda daquele jeito!"

De certo que não acertei exatamente todas as palavras... mas é mais ou menos por ai.

hasta.

domingo, fevereiro 10, 2008

Sobre poesias e amizade...

Encontrei um site com frases sobre amizade e resolvi dar uma uma olhada e no meio de tantas bobagens já esperadas encontrei um texto com a suporta autoria dada a Vinicius de Moraes.

Essa coisa de texto em internet é de lascar.

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...


Sei que vocês são bastante espertos e agora eu pergunto, como um cidadão que morreu em 9 de julho de 1980 iria escrever um texto contendo a frase “nos email´s trocados...”? A menos que o poetinha fosse raceado com Nostradamus...

Continuei lendo o site e encontrei um texto de autoria de William Shakespearte e um pouco abaixo o mesmo texto com a autoria dada a um tal de William J. Bennett.

E é por isso que eu deleto todo e qualquer email com textinhos ridículos com suposta autoria de Arnaldo Jabor, Luis Fernando Verissimo, Lya Luft, etc.

Bah! Sem assunto mesmo.
Hasta.

domingo, fevereiro 03, 2008

da série:

MATHEUS EPISTOLAR

Katiana,

jamais subestime o poder de um quebra-cabeças... quando você se concentra no danado esquece tudo, até de comer... ele te envolve, te redireciona, facilita a sinapse, limpa a alma, renova as esperanças, te mostra que por mais que voce esteja olhando, olhando, olhando, olhando... olhe mais um pouquinho pois a peça certa está por ali... ainda que voce pense sempre: "mas são todas iguais".

Sempre há a peça certa para a vaguinha que você procura.
Basta ter paciência e leveza de espirito.

E quando tudo travar, achar que "não, definitivamente os caras lá na fabrica de quebra-cabeças esqueceram de por essa porra dessa peça na caixa" ai é hora de você desligar a luz, sair de perto... desopilar.

Na manhã seguinte, de cabeça leve, olhar renovado... não leva mais que 15min pra dar de cara com ela, ali na tua frente... gritando que sempre esteve ali.


Parafraseando Roberto Carlos em "foi por não querer amar, que eu amei": Foi quando eu caguei e andei pro amor, que ele veio bater à minha porta.

desencana e compra um puzzle.

Jaboatão dos Guararapes, 03 de fevereiro de 2008.