domingo, outubro 10, 2004

aos poucos...

...vou percebendo que estou longe pra caralho e distante de tudo o que cresceu ao meu redor. Sentirei que a presença de vocês é tão constante como se estivessem aqui junto comigo, porque, na verdade, é o lugar onde vocês realmente estão. Todos. Família e amigos. Não sei o nome dessa leveza esquisita que sinto vindo do coração, não é dor, não é saudade, acho que não tem nome mesmo. É como se sentisse protegido pelas palavras de boa sorte e de confiança em mim. Que vocês, meus queridos, me deram esse manto pra me reconfortar nas noites em que apago a luz do quarto, deito a cabeça no travesseiro, o corpo pesado por mais um dia e a mente viaja mais de 1000km sem saber direito onde parar, sem saber direito quem eu sou, qual o meu nome... queria sentir onde é o meu lugar. Me sinto muito bem aqui, as pessoas são boas comigo, os dias têm sido também assim como as horas. Acho que não tive tempo de sentir saudades e torço pra que seja sempre assim, porque saudade é a dor de quem sabe que nunca mais terá aquilo que lhe reconforta... e eu estarei ai, meus amigos. Sempre que puder, pois minha despedida não existiu porque eu não sumi, eu não morri, eu apenas vim morar um pouco mais pra cima... quero invadir aos poucos a cidade e permitir que ela me abrace como se fosse um dos seus filhos. Um pernambucano agregado. E assim saber-se querido tanto ai quanto aqui. Sei que os anos passarão e que eu talvez não volte nunca mais pra fincar meus pés ai, mas isso não indica que minha alma não o faça. Eu os amo de coração, a todos que eu deixei na minha querida terrinha...agora sim, eu sinto saudades de vocês, no momento em que escrevo esse post. Sinto a lâmina maldita da saudade apertar o meu pescoço como se quisesse ver rojar um choro quente de amor por tudo o que deixei pra tocar o barco da minha vida que estava à deriva, sem rumo. Não posso chorar, estou no sagão do hotel onde estou hospedado até chegar a mobilia do meu novo apartamento, um novo 1401... o 202, agora mais maduro e sozinho. O peito palpita, eu relembro o rosto e a voz de cada um, de todos. Acho que vou subir pro quarto, pedir uma comida qualquer, tentar não lembrar do rosto dos meus pais, dos meus irmãos, dos meus grandes amigos de infância, dos meus irmaos que conheci ao longo dos anos, esses mama tcholas... de todas porras de sonho que a gente desenha, como boboca, sem saber que a vida faz um monte de curva jogando a gente pra cada lado do mundo.

Desculpem-me pelos erros de concordância, grafia e o escambau, hoje estou descapado de tudo o que me identifica. Sinto-me como um corpo vagando desconhecidamente numa cidade completamente estranha, mas ao mesmo tempo, me parecendo tão familiar.Desde que desembarquei as 02:00h do dia 03, há uma semana exatamente.

Tudo o que eu não queria ouvir agora era A Lista (de oswaldos montenegro) porque essa canção toca no meu peito desde o dia 14 de setembro, quando levantei asas pra natal e de lá a aventura e o desafio tomaram forma. Vou-me, não se preocupem, estou ótimo. Tudo vai se encaixando com o tempo. Sei que não estou só. Sei que vc´s torcem por mim. E saibam que eu torço por vocês. Beijo, meus amigos...

...e viva a continuidade dos dias.

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