segunda-feira, agosto 02, 2010

É necessário dizer que a Tautologia é uma arma retórica de muitos personagens caricatos encontrados em nossa sociedade: alguns jogadores de futebol, alguns religiosos, alguns políticos, alguns candidatos a cargo público, alguns professores e outros seres que encontramos caminhando sobre a face da Terra.

Tautologia é uma arte para aqueles que sabem utilizar a língua portuguesa de forma sensual e convincente. Tautologia é, como o próprio termo em grego que a origina define: manter-se no mesmo assunto.

Isto posto, exercitemos os nossos olhos fitando certos discursos contendo frases – e não apenas palavras ou expressões – tautológicas, tais como:

“Povo brasileiro, estamos aqui para soerguer o nosso país, para alavancar este gigante adormecido, para ressuscitar esta grande nação perante os países do nosso continente.”

Analisemos:
As expressões “nosso país”, “gigante adormecido” e “grande nação” são eufemismos utilizados para falar do BRASIL. E as frases em negrito querem dizer exatamente a MESMA COISA, ou seja, fundamentada em uma base retórica tautológica o propositor da frase busca a confirmação da sua idéia, a ratificação do seu objetivo. Muitas das vezes é mais por falta de argumentos mesmo, e acabamos repetindo a mesma coisa várias vezes usando palavras diferentes para tentar convencer uma idéia ou apenas para “encher linguiça” e esperar o tempo passar.

A diferença sutil entre tautologia e pleonasmo é que o último é um erro (como o famoso exemplo de “há dois dias atrás” que não é tautologia, mas sim um erro gramatical, porque, como todos sabemos, o termo “há” já transmite a idéia de tempo passado) pois ninguém “entra pra fora”, por isso dizer “entra pra dentro” é, antes de tudo, burrice – salvo as aplicações propositais desta figura de linguagem.
A tautologia é uma técnica válida - seja pro bem ou pro mal, seja para confirmação, certificação, ratificação ou simplesmente enrolação, mas está longe de ser um erro, é, pois, gramaticalmente correta e válida.

“irmãos, viemos aqui louvar o filho de Jeová, o Pai de Abraão, a Força maior que tudo criou. Viemos aqui enaltecer o Deus soberanamente justo e bom, o Homem único, Pai de toda criação, a Energia Suprema que nos deu a vida. Aqui nos encontramos, irmãos, para agradecer à Luz Primária do universo, pois somente a Ele devemos tudo o que temos. Porque tudo o que possuímos não seria nosso se não fosse pela Sua vontade e por isso cá estamos para reverenciá-lo.”

Ao longo de 8 frases (e muito grito e lágrimas, certamente) o palestrante só quis dizer uma única coisa: Irmãos, estamos aqui para orar a Deus em agradecimento. (e a questão se resolvia em apenas 9 palavras, 1 vírgula e 1 ponto final).

Está errado? Garanto que não, mas aposto que em 98% dos casos é totalmente desnecessário.

Quer mais tautologia que isso?

6 comentários :

mariana disse...

Sinto saudades!

mprazin disse...

mariana? mariana who?

Mariana disse...

Galindo

mprazin disse...

Pois, como vai a Sblavrosvakya?

mariana disse...

estou em portugal. tem 4 meses. Volto pro Brasil dia 11/12 e retorno dia 26/12.

Mariana disse...

Ei, rola um vinho antes de sábado?