terça-feira, agosto 16, 2005

QUATRO...

amigos,
(senti falta dos metais, digo logo!!!)
esse é o nome do novo disco do los hermanos. é, assim mesmo, sem alarde. Indie Rock? Não sei mas estão cada vez mais próximos a nossa alma. O disco é ótimo. Lógico que você (assim como eu) só vai perceber isso quando escutar às 2:28h da matina, depois da 8 repetição, usando fone de ouvido pra nem o som da noite que entra pela janela atrapalhar, no finalzinho de uma garrafa de Merlot geladíssimo e batendo papo com a baiana mais gostosa e bonita que eu já conheci (beijo, tetê).

Mas enfim...eu meço no tempo o passo de agora”

Eles estão mais ajustados. Cuidadosos. O vocal está irretocável. Os garotos enfim encontraram o timbre exato de aplicar o gogó nas músicas alieníenas que fazem... e repito: deveras buarquianas.

A guitarra é um tratamento à parte. Não sei se Amarante ou o Camelo que avançou tanto. A guitarrinha está espetacular.

Acho que músicas como Bárbara, Pierrot e Aline foram necessárias para atingir o patamar no qual se encontram. Mas é inegável que em QUATRO eles descobriram como encaixar a tonalidade e a fraqueza de suas vozes. Agora sim, soam suaves.

Como a voz do Camelo em Dois Barcos. Segue tranqüila mesmo nos momentos de proeminência aguda.

De certo que algumas canções cantadas por Amarante vão sempre soar como uma tentativa frustrada de Sentimental mas não se engane com a voz catarsiana do barbudo. Somos nós cantando com ele... “eu preciso andar um caminho só, vou buscar alguém que eu nem sei quem sou , eu escrevo e te conto o que eu vi e me mostro de lá pra você, guarde um sonho bom pra mim.”.

Em Fez-se Mar o Camelo explorou os tons agudos que ele já havia descoberto em músicas do Ventura como Do Lado de Dentro (sem comparações , por favor,... Do lado de dentro é um musicão) Mas a música tem um ritmo bossaviano irresistível e incompreensível até chegar no refrãozinho xaropinho “parece que o amor chegou ai, eu não estava lá mas eu vi”.

E a guitarrinha em Paquetá, heim? Putz... me lembrou muito o suingue em Além do que se vê. Os Pássaros tem um começo bem Zeppeliano... repetindo-se o riff de guitarras do começo ao fim com a voz sobrepondo-se aos intervalos do baixo que acompanha o bumbo de uma forma diferente. No tempo cheio e não na pausa.

Da bateria não comento pois desde o Bloco que eu fiquei impressionado com a variedade com que ela se encaixa nas canções. Ouçam Morena, sem a batera essa música não seria.

Agora, capítulo a parte pra O Vento. Batida gostosa, boa pegada rítmica entre bateria e mágica na linha do baixo. Minha gente que não sabe o que Adam Clayton faz no U2 ouçam O Vento e descubram o porquê do baixo ser algo imprescindível numa musica balançada. A cozinha da música é espetacular, com todas as letras. Soma-se de forma perfeita com os gritos roucos do Amarante. – igual a O Vencedor. Dirão alguns... Mas porra!!! Essa é uma das marcas do Los Hermanos: musicas balançadas com baixos fortes e palminhas pra cima. Vocês vão ver. Ninguém consegue ouvir o refrão dessa e ficar sem balançar a cabeça ou bater o pé. A guitarra sem tratamento nenhum em relação a efeitos distorcivos. Pura, brega até. Mas jóia. “não te dizer o que penso já é pensar em dizer... o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer... e se a gente não sabe mais rir um do outro, meu bem... o que nos resta é chorar.”
Nessa música percebe-se a relação de alternância entre baixo e bateria. Perfeito.

Algo assim meio Gilberto Gil percebi nas frases melódicas de Horizonte Distante? Não sei... preciso ouvir mais. Muito teclado (quase um RPM) ahahahahahaha... quem sabe. Porque Pink Floyd passou longe... ta mais pro finalzinho de Wanda do Mundo Livre S/A.

Confesso que quando escutei a letra de Condicional eu so lembrei de Falcão (não o do Rappa mas o de Fortaleza mesmo) palavras como: deletério e forjar. Pensamentos como: ‘tanto te soltei que você me quis”. Parecia coisa de Tribalista... eheheheheh
Mas quando se escuta a melodia da música e a sincronia das palavras e dos “uu-uuus” de Amarantes assim como os de Último Romântico ( e até quem me vê lendo o jornal uhh-uu!!) percebe-se que se trata de som hermânico. Sabe aquele verso que você tem certeza de que não vai caber na simetria da melodia? Que o compasso vai acabar e ainda restas 5 palavras pra se cantar? Pois é... eles conseguem.

Sei não mas Sapato Novo eu quero cantar quando tiver bêbado, pra uma pessoa muito legal.

Em música homônima Francis Hime, Edu Lobo ou Chico (sei lá quem foi que compôs) diz muito mais. Pois é.

O disco encerra-se com uma beatleniana...É de lágrima. Comportadinha. Parece até U2. Guitarrinha ecoando e repetindo-se. Lógico que a melodia não tem nada com o som da garganta de Bono mas é só o formato, calma! Até porque somos de um berço latino com origens musicais inertes que são completmanete previsíveis – sim, Caetano, Noel Rosa, Roberto Carlos, Chorão, Moska, Sivuca e Camelos são todos iguais sem serem os mesmos. Veremos na seqüência.

Sei não mas o grito final de É de lágrima me pareceu chupinhado de Parafusa. Sei não...

Hasta.












e hoje eu sei: sem vc sou pá furada.
LH

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