terça-feira, junho 15, 2004

veneno antimonitonia

..tá, tá, eu sou chato pra caralho, mas isso é porque somos (nós brasileiros) um povinho cheio de modinha. Das duas uma (na maioria das vezes as duas): quando um artista ainda é vivo neguinho nem tchuns pra elé e é só o caba morrer que parece mais abertura de caça aos patos, é uma tal de compra cd pra cá, lança biografia pra lá, santinho, globo reporter, filme e o caralho a 4... ou quando o caba morreu há milenios, alguem torna o assunto novidade e é uma danação de gente a descobrir que sempre amou o caba, compra todos os discos de uma vez só, adota nick com nome de música, assiste o filme sobre a vida do doido mil vezes por semana...

eu sei, todos sofremos disso, eu mesmo só comprei o restante dos discos do legião depois que o doidinho bateu as botas... só passei a ler mais sobre chico science e respeitar o som do Nação depois do acidente que o matou... até tô com vontade de ir ver Cazuza, O tempo não pára...(e olha que há 3 anos eu nao vou ao cinema).

Isso em parte reflete um pouco da nossa fraqueza tolerável, mas também é positivo porque nos faz, ainda que tardiamente, redescobrir gênios que por serem contemporâneos não são mutio levados a sério.

hoje, a chuva me fez ter vontade de ouvir uns disquinhos esticadão lá na sala... e peguei um disco que tenho há tempos: Cassia Eller cantando Cazuza... quem me conhece sabe que eu nem sou assim fã de Cassia e achei até meio exgerado tudo o que fizeram de homangens pra ela (depois que ela morreu, é claro), nem fui muito fã de cazuza especificamente, sempre gostei mutio do Barão como uma banda. Enfim...

...mas né que o caba é bom mermo?

Olhar o mundo
Com a coragem do cego
Ler da tua boca as palavras
Com a atenção do surdo
Falar com os olhos e as mãos
Como fazem os mudos

Diário de Cazuza - 1978

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